O Tribunal Regional Eleitoral do Acre (TRE-AC) promoveu, nesta sexta-feira, 14, um evento especial com a palestra do Secretário de Comunicação Social do TRE-GO, Brazil Nunes, sobre acessibilidade e combate ao capacitismo. A atividade reuniu magistrados, servidores, terceirizados, estagiários e representantes de instituições parceiras, reforçando o compromisso da Justiça Eleitoral acreana com a inclusão. O evento também integrou as comemorações do jubileu de ouro dos 50 anos do TRE-AC.

Entre os presentes, destacaram-se a Vice-Presidente e Corregedora Eleitoral, Desembargadora Waldirene Cordeiro; o Membro da Corte Eleitoral, Hilário Castro Melo Júnior; a Juíza-Auxiliar da Corregedoria, Isabelle Sacramento; a Juíza Andrea Brito; o Corregedor da Procuradoria Geral do Estado do Acre, Gerson Ney Vilela; e o Diretor-Geral do TRE-AC, Valentim Maia.

Compromisso com a inclusão

Abrindo o evento, o Diretor-Geral, Valentim Maia, destacou a relevância do tema e elogiou a trajetória do palestrante. “Essa questão do capacitismo é um assunto inovador e desafiador. Não falamos apenas do capacitismo interpessoal, mas também do institucional, quando barreiras invisíveis limitam acessos. Felizmente, percebo que este Tribunal tem buscado garantir uma acessibilidade plena”, afirmou.

A Desembargadora Waldirene Cordeiro reforçou a importância da discussão e se mostrou otimista com os avanços proporcionados pelo evento. “Tenho certeza que o senhor irá nos orientar no caminho do reconhecimento nacional”, disse, dirigindo-se ao palestrante.

O Presidente do TRE-AC, Desembargador Júnior Alberto, também celebrou a presença de Brazil Nunes, reconhecendo sua relevância nacional no tema. “Esse Tribunal se sente honrado e feliz com a sua presença aqui. Você é uma pessoa de altíssimo astral e tem muito a acrescentar para todos nós”, afirmou. O magistrado aproveitou a oportunidade para reforçar as iniciativas de acessibilidade do TRE-AC, destacando a recente contratação de serviço de tradução simultânea em Libras para eventos e sessões da Corte. “A acessibilidade não deve ser vista como um diferencial, mas como um direito fundamental de todas as pessoas”, pontuou.

História de superação e lição de cidadania

Brazil Nunes emocionou o público ao compartilhar sua trajetória de superação. Vítima de paralisia infantil na infância, relembrou os desafios enfrentados em uma cidade pequena onde a vacinação não chegava a tempo. “Na minha cidade tinha oito mil habitantes e eu fui uma das crianças que sofreu paralisia infantil, que ninguém nem sabia o que era. Das doze crianças que contraíram a doença na mesma semana, apenas eu e uma menina sobrevivemos”, relatou.

Mesmo diante das dificuldades, o palestrante mostrou como sua resiliência e determinação o levaram a se tornar um profissional respeitado e uma referência na luta pela inclusão. “A vida não é fácil para ninguém, mas as nossas escolhas fazem o diferencial. E a gente não vai a lugar nenhum sozinho, precisamos de ajuda”, destacou.

Além de sua história pessoal, Brazil Nunes trouxe dados impactantes sobre a população com deficiência no Brasil. Segundo o Censo 2022 do IBGE, cerca de 19 milhões de brasileiros possuem algum tipo de deficiência, representando 8,9% da população. O palestrante ressaltou a necessidade de políticas públicas eficazes para garantir oportunidades reais de inclusão e participação social.

“A gente não quer pena, a gente quer oportunidade”, frisou, reforçando que a inclusão deve começar desde cedo, dentro das escolas e lares. “Ensinar inclusão é ensinar cidadania, porque sentimos dor, frio, alegria, assim como qualquer outra pessoa”, completou.

Um compromisso coletivo

O evento encerrou-se com um momento de interação entre o público e o palestrante, proporcionando reflexões valiosas e um compromisso renovado com a acessibilidade. O TRE-AC reforçou seu papel na construção de um ambiente mais inclusivo e acessível, reafirmando que garantir a igualdade no dia a dia é um dever coletivo. Como bem ressaltou Brazil Nunes, “a Justiça Eleitoral ensina que todos são iguais, mas é nossa responsabilidade garantir que essa igualdade aconteça na prática”.

Com ações concretas e um olhar atento às necessidades de todos os cidadãos, o TRE-AC avança no caminho da inclusão, tornando-se uma referência em acessibilidade no Poder Judiciário.

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