Em um gesto de cidadania que entra para a história da Justiça Eleitoral acreana, o Tribunal Regional Eleitoral do Acre (TRE-AC) realizou, nesta sexta-feira, 4 de abril, uma ação inédita: a emissão de carteiras de identidade para crianças e adolescentes com Transtorno do Espectro Autista (TEA). O evento, realizado na sede do Tribunal das 8h às 17h, integrou as atividades do Abril Azul e, também, contempla as comemorações pelos 50 anos de atuação do TRE no estado.

A iniciativa, viabilizada por meio de uma parceria com o Governo do Estado do Acre, contou com o apoio da Polícia Civil, responsável pela emissão dos documentos de identidade com o símbolo do autismo. A proposta teve como objetivo garantir o acesso à documentação civil básica — um direito fundamental que assegura cidadania e o acesso a políticas públicas.

Acolhimento e respeito à diferença

A ação foi um verdadeiro ato de inclusão social. O local foi cuidadosamente adaptado para receber as crianças e adolescentes com TEA, oferecendo um atendimento humanizado, lúdico e respeitoso. Brinquedos, atividades sensoriais, profissionais capacitados e muito carinho fizeram parte da programação, criando um espaço acolhedor para as famílias.

“Proporcionamos inclusão e cidadania às nossas crianças e adolescentes com Transtorno do Espectro Autista”, destacou o Presidente do TRE-AC, Desembargador Júnior Alberto. “Sabemos o quanto é difícil para uma criança atípica comparecer a um órgão público convencional. Aqui, tivemos estrutura adequada, biblioteca, ações lúdicas, terapeutas especializados e parceiros fundamentais. Foi uma ação de muito sucesso, que esperamos incluir no nosso calendário anual”, ressaltou.

Parcerias que fazem a diferença

A Clínica Afetto e a Mepi Brinquedos foram parceiros que contribuíram para tornar o ambiente mais afetivo e sensível às necessidades das crianças. O Restaurante Pão de Queijo também apoiou o evento, oferecendo refeições para os colaboradores envolvidos na ação.

“Nos sentimos muito honrados em participar desse grande evento”, declarou Suzy Miranda, proprietária da Clínica Afetto. “É uma ação muito válida para o nosso Estado, para que nossas crianças e adolescentes se sintam verdadeiramente inseridos na sociedade. Foi uma parceria linda entre o TRE e a Polícia Civil, e ficamos felizes por ter feito parte disso”, destacou.

Relatos que emocionam

Para Renata Alencar, mãe do pequeno Benício, de 4 anos, a ação foi um alívio. “Eu já havia tentado tirar o RG dele pelos meios convencionais, mas foi muito burocrático. Aqui foi simples, rápido e cheio de cuidado. O ambiente era lúdico, cheio de brincadeiras, e em menos de 10 minutos o Benício já tinha feito todo o processo. A inclusão precisa sair do discurso e virar prática — e o TRE está de parabéns por essa iniciativa concreta e necessária”, enfatizou.

Um marco para a cidadania

Cada detalhe da ação foi pensado para acolher com dignidade, respeito e afeto. Além de documentos, o TRE-AC proporcionou pertencimento, reconhecimento e cidadania às crianças e adolescentes que, muitas vezes, enfrentam barreiras invisíveis no acesso a direitos básicos.