O uso da tecnologia como ferramenta de otimização e inovação se destaca cada vez mais na administração pública, e nas Eleições Municipais de 2024 no Acre, o sistema Janus se destacou como um grande aliado na Justiça Eleitoral. Desenvolvido para executar tarefas repetitivas e de baixa complexidade, o Janus atuou estrategicamente, aliviando a carga de trabalho manual dos servidores em diversas zonas eleitorais. A inovação trouxe celeridade e precisão ao processo de registro de candidaturas, por exemplo, permitindo que os cartórios direcionassem sua força de trabalho a atividades de maior complexidade.

Eficiência e Automação

Entre as rotinas executadas pelo Janus, a função “Código Julgamento” destacou-se. Esse processo, que requer muitos cliques e uma atenção detalhada, foi realizado pelo sistema em 96% dos processos na 5ª Zona Eleitoral (ZE), em 89% na 2ª ZE e em 73% na 1ª ZE, com decisões majoritariamente pelo deferimento das candidaturas. Esse volume de trabalho, antes um grande esforço humano, foi significativamente otimizado pelo robô, permitindo uma tramitação mais ágil.

Na 2ª ZE, outra rotina relevante foi o “Trânsito em Julgado”, executado em mais de 97% dos casos deferidos. A 4ª ZE, com o maior número de processos registrados no Acre, contou com o Janus em 89% dos processos dessa mesma rotina. A eficiência do sistema em tarefas que demandam tempo, como essa, reforçou seu papel como facilitador nos cartórios.

A Juíza da 4ª Zona Eleitoral, Rosilene Santana, explicou que a ferramenta automatizou ações fundamentais, permitindo que a equipe focasse nas atividades que exigem análise mais detalhada e precisão jurídica, como a avaliação de documentos e a elaboração de sentenças. “Esta experiência nos mostrou a importância de seguir investindo em tecnologia para tornar nossa Justiça Eleitoral cada vez mais eficiente. Acreditamos que o Janus representa o início de uma nova fase, na qual podemos unir inovação e serviço público de qualidade, sempre em benefício da sociedade”, disse.

Percepções e Desafios

Para a comissão responsável pela gestão do Sistema, a atuação do Janus foi considerada positiva, auxiliando consideravelmente os servidores. No entanto, alguns desafios foram enfrentados: o desconhecimento inicial da ferramenta, a falta de exclusividade dos servidores para lidar com a automação, a dependência das áreas de TI e a coordenação necessária entre magistrados, Ministério Público e servidores para ajustar os fluxos e regras operacionais.

Esses obstáculos, embora significativos, serviram como um aprendizado para uma futura adaptação do Janus à realidade do sistema eleitoral acreano. “A experiência deste ano nos deu uma visão clara do que precisamos ajustar para os próximos pleitos. A expectativa é de uma maior difusão do uso do sistema entre as unidades, para que o projeto seja mantido e cada vez mais adaptado às demandas locais”, comentou Josafá Mendonça – um dos membros da Comissão, que é composta, também, pelos servidores Renata Maia e Fernando José.

Impacto nas Zonas Eleitorais

Para Laís Estela, chefe de cartório da 6ª Zona Eleitoral, o sistema foi fundamental. “O Janus foi muito importante para a celeridade e o cumprimento dos prazos processuais, especialmente em uma zona com apenas uma servidora responsável pelas movimentações no PJe. Ele assumiu funções essenciais, como a publicação de editais e sentenças, liberando nossa única servidora para atividades mais complexas, como a análise de documentos e minutas de sentenças”, afirmou.

Na visão da Secretária Judiciária do TRE-AC, Verônica Costa, a utilização do Sistema Janus neste ciclo eleitoral foi uma verdadeira inovação para a instituição e representa um passo significativo na modernização dos processos judiciais. “Esse robô automatizou tarefas repetitivas e volumosas, aliviando a carga de trabalho dos cartórios e permitindo que nossas equipes se concentrassem em análises mais complexas, fundamentais para a condução de um processo eleitoral eficiente. A experiência com o sistema abre caminho para que novas tecnologias possam ser incorporadas, sempre com o objetivo de servir à sociedade com cada vez mais eficiência e compromisso”, destacou.

Expectativas para o futuro

Desde o início, o Presidente do TRE-AC, Desembargador Júnior Alberto, foi um entusiasta deste sistema e, após o pleito eleitoral, destacou os avanços trazidos pelo Sistema Janus nas Eleições Municipais de 2024.

“Essa ferramenta de automação se mostrou uma solução inovadora e essencial para a Justiça Eleitoral no Acre, especialmente em um cenário onde a agilidade e a precisão são fundamentais para garantir processos eleitorais transparentes e confiáveis. O Janus executou tarefas repetitivas e de alta demanda com eficiência, permitindo que nossos servidores dedicassem mais tempo às atividades complexas e estratégicas”, disse.

O Desembargador Júnior Alberto explicou que - diante dos desafios enfrentados, como a adaptação às regras locais e a integração com os fluxos operacionais -, o Janus superou as expectativas, atuando em sintonia com as demandas do pleito. Este é um passo significativo para fortalecer a estrutura eleitoral e garantir que o TRE-AC siga evoluindo e servindo à população com excelência.

“Com base nessa experiência positiva, buscaremos adaptar o sistema cada vez mais às necessidades específicas do nosso Estado. Esse é o compromisso da Justiça Eleitoral no Acre: inovar e avançar continuamente em prol da transparência, celeridade e confiança do processo eleitoral”, enfatizou o Presidente do TRE-AC.