24 de Fevereiro - Dia da Conquista do Voto Feminino no Brasil
Não foi uma luta simples. Primeiramente, porque a República quando implantada excluíra do seu projeto, os negros, os pobres e as mulheres
Vinte e um anos depois, 1910, foi necessário criar um partido, o PRF, Partido Republicano Feminista. Só em 1932, a República reconheceria como um Direito das mulheres participarem das eleições. Não sem as fisionomias de espanto e susto dos mesários ao seu lado nas eleições.
Quatro anos antes, uma heróica candidata antecipou- se a isso no Rio Grande do Norte e com sessenta por cento dos votos, a pioneira Alzira Soriano foi eleita prefeita.
Como pode? O governador Juvenal Lamartine era um apoiador da causa das mulheres e criou uma emenda. Mas os machões e Reacionários derrotados alegaram inconstitucionalidade e essa épica durou apenas nove meses: um marco na América Latina.
Entramos no período da Redemocratização, pós Getúlio Vargas, e em 1947 pela primeira vez, Garça participava de uma eleição direta para prefeito e para a terceira Legislatura.
A primeira vereadora eleita em Garça foi Odair de Souza Coelho. Mas ainda nesse pleito, o PST, Partido Social Trabalhista, que faria o vereador Dr. Arnaldo Sanderberg, médico, apresentava o recorde de candidaturas por partido: Ângela Correia Cavalari (operária de fiação), Júlia Abujanra (Telefonista) e Laura Galvão (Costureira). Depois disso, a participação feminina nas eleições de Garça conheceu avanços e recuos.
Nas eleições de 1951, Odair de Souza Coelho não se reelegeu vereadora, mas Maria José Vieira, suplente, acabou assumindo o cargo. Em 1955: duas candidaturas sem vitória eleitoral. Na eleição seguinte novo êxito de Maria José Vieira.
Em 1963, 1968 e 1972 nenhuma candidatura feminina numa triste ausência. Em 1976 apenas uma candidata a vereadora em Garça, Maria Terezinha de Castro, da ARENA, com 113 votos, mas não eleita.
Sob os ecos da democratização e os novos partidos, 1982 só com duas candidaturas femininas, valentes, mas sem se eleger, mas ajudaram bastante o processo democrático como sempre, valiosas representantes.
Em 1988 um recorde: 14 candidaturas femininas, sendo exatamente a metade do PT, Partido dos Trabalhadores, em sua primeira eleição em Garça. Mulheres do PT em equilibrada apresentação com seus companheiros partidários, outra característica de vanguarda petista em Garça.
Mesmo diante dessas conquistas de participação, nenhuma vitória eleitoral feminina.
Em 1992, as mulheres voltam ao Legislativo Garcense com Mara Pelegrini com 534 votos, a segunda mais bem votada de todos os candidatos e Helena Garcia Muller teve também boa participação e suplemente depois assumiu o cargo.
Em 1996 e pela primeira vez duas vereadoras eleitas: Neuza Serapião e Valeria Vizotto. Em 2000, Sônia Lopes eleita e pela primeira vez, a candidatura majoritária feminina de Denize Silva, do PT.
Em 2004, o PDT lança Valeria Vizotto para prefeita com sua vice também mulher, histórico. Em 2008, 2012 e 2016, Patrícia Marangão torna-se a vereadora com mais vitórias na história política Garcense e recentemente foi candidata a prefeita. Em 2008, vereadora eleita Graziela.
Em 2010, Dilma foi eleita Presidente, um processo de lutas que durava quase oitenta anos.
Vencendo resistência de familiares, namorados, maridos e sociedade, as mulheres fizeram da sua luta pelo direito de participação uma bela vitória, cuja representatividade precisa ser cada vez mais ampliada em igualdade pela sua importância no contexto social.
Autoria: Luiz Maurício Teck De Barros