TRE-AC cria nova seção eleitoral em ramal de Sena Madureira

Cerca de 300 eleitores que moram no Ramal Toco Preto, no quilômetro 38 da BR 364, sentido Sena Madureira/Rio Branco, foram contemplados com a criação de uma seção eleitoral pelo Tribunal Regional Eleitoral do Acre (TRE-AC).
Os moradores daquela, considerada de difícil acesso, votarão a partir das Eleições de 2012 na Escola José Joaquim de Matos, localizada no Km 26 do ramal, evitando o deslocamento para a área urbana de Sena Madureira.
Para realizar atendimentos de alistamento, transferência e revisão de título eleitoral, três servidores do cartório da 3ª Zona estiveram no último sábado, 03, na escola onde funcionará a nova seção. Ao todo, 143 atendimentos foram realizados em um único dia.
“Sempre que for constatada a necessidade de criação de seção eleitoral em local de difícil acesso, procuraremos fazê-lo.”, enfatizou o chefe de cartório da 3ª Zona, Paulo Roberto Oliveira.
Facilitando o exercício do voto
A vontade de poder votar em uma seção mais próxima de casa é expressa pela maioria dos eleitores que moram na região do ramal. O produtor rural Francisco Rosário Pereira, 49, por volta das 7h de sábado já aguardava a equipe do cartório da escola, que iria começar o atendimento às 8 horas. “Fiz questão de ser o primeiro a transferir meu título”, reforçou.
Segundo o eleitor, dia de eleição para quem mora em ramal sempre traz uma preocupação: “Sair daqui para votar na cidade já é difícil, ainda mais quando corremos o risco de pegar chuva, ficar preso no ramal e não votar”, destacou.
A agricultora Raimunda Zacarias de Oliveira, 71, tem voto facultativo desde as eleições de 2010 em razão da idade. Por algumas vezes pensou em parar de votar, mas desistiu da ideia depois que a seção eleitoral foi criada próxima de sua casa. “Agora não existe mais dificuldade. Enquanto eu puder vir à escola votar, eu venho”, finalizou.
Juíza acredita na redução de corrupção eleitoral
Criar seções eleitorais em locais de difícil acesso acumula uma série de vantagens, segundo a juíza eleitoral da 3ª Zona, Zenice Mota Cardozo. “O principal benefício é a facilidade do exercício do voto”, argumenta.
Paralelamente a isso, a juíza acredita na redução da corrupção eleitoral. “Alguns candidatos aproveitam-se da dificuldade de deslocamento dos eleitores para a cidade e propõem a compra do voto. Com os eleitores votando próximo às suas casas, essa incidência diminui significativamente”, destacou.
Como acontece a votação em Local de Difícil Acesso (LDA)
A Justiça Eleitoral contrata estações móveis por meio de licitação para a solução de transmissão de dados via satélite. São equipamentos que incluem laptops e telefones por satélite, ou seja, computadores portáteis e antenas para serem usados nas regiões remotas em que haverá votação. De acordo com o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), nos locais onde menos existem recursos é onde mais se investe em tecnologia para garantir a efetividade da eleição.
A transmissão é realizada para que o tempo de apuração das urnas não tenha prejuízo. Se o boletim de urna fosse transportado via terrestre ou fluvial, a apuração do resultado das eleições poderia durar até duas semanas, de acordo com o TSE.